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Transição da Educação Infantil para o Ensino Fundamental: entre fios, tramas e o tempo da infância

  • cirandarte
  • 25 de jul.
  • 2 min de leitura

Com 6 anos, as crianças serão recebidas no Ensino Fundamental. Aquela chamada “escola de verdade” afinal, acabou a brincadeira, chegou a hora de aprender.


É o que muitos pensam. Mas será mesmo? Será que crescer é tão imediato assim? Será que apenas mudar o nome da etapa basta para mudar o ritmo da infância?


O que se vive, muitas vezes, é um grande faz de conta de que as crianças já cresceram. A escola do Ensino Fundamental costuma operar no tempo do relógio, do cronograma, das disciplinas rígidas. E quem chega ali, ainda com o corpo e o coração pulsando infância, precisa correr para se ajustar.


Nesse esforço de adaptação, ou melhor de adequação, as emoções são silenciadas, as necessidades ignoradas, a curiosidade sufocada, afinal, agora é preciso sentar, calar e escutar.

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Mas o desenvolvimento da criança é uma trama delicada, feita de linhas, laços e continuidades. Se essa passagem não for bem cuidada, pode virar uma ruptura: um ponto solto que compromete a rede da aprendizagem e desmembra as etapas do desenvolvimento. A transição precisa ser um prolongamento, não uma quebra. Um bordado contínuo entre o que se foi e o que o será.


Não podemos esquecer os corpos ainda estão em expansão. O brincar ainda é linguagem, o movimento ainda é necessidade. Aprender continua sendo processo e não um produto. Envolve vivência, observação, escuta, sistematização, tudo isso respeitando a singularidade de cada criança.


E nessa travessia, a família também está presente no processo de transição. Pais carregam, nos bolsos da memória, suas próprias histórias escolares, algumas leves, outras pesadas, mas todas cheias de expectativas sobre o que viverão agora com os filhos.Mas o tempo passou, e com ele vieram novos saberes, novas escutas, novas compreensões.Diante dos caminhos abertos pela neurociência e pela educação, não há como ensinar como antes. A infância de hoje exige mais presença, mais afeto, mais conexão, menos repetição.


Por isso, o desafio é pensar a criança como um todo: com sua história, sua cultura, seu corpo, suas emoções. É garantir que a escola se prepare para acolher, e não apenas exigir e moldar. Que o currículo dialogue com a infância, e não a silencie.

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Que o Ensino Fundamental seja fundamento de um caminho, e não ruptura de um ciclo.


E nós, pais e educadores, estaremos ao lado, caminhando juntos, orientando com presença, oferecendo exemplos, e sobretudo, vivendo o agora. Nos encontros reais, tecidos no tempo da escuta, da troca e do afeto.


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